Ops!

Edvard Munch

E no meio de um dia louco de expediente, a secretária me ligou no ramal avisando que a moça do plano de saúde estava na portaria me esperando. Peguei meu celular e o cartão do banco pois teria que pagar a primeira mensalidade de imediato, para obter o desconto. Avisei no meu setor que já já voltaria e saí apressada. Passei pela recepção, ela estava lá sentada, falei um oi sorridente e chamei, vamos lá? ela levantou e veio atrás de mim. A agência do banco ficava ao lado do meu trabalho. No percurso, tocou meu celular, atendi, fui falando e entrando na agência bancária com a moça do plano de saúde a tira colo. Entramos na fila. Depois de uns quinze minutos de conversa a qual não me recordo com quem nem o assunto, desliguei agoniada o celular. Pude falar com a moça, enfim. “Oi, tudo bem” Ela apenas sorriu. “E aí trouxe o contrato?” adiantei. A moça respondeu sem graça, “contrato? não, trouxe o currículo”. Fiquei olhando para ela tentando recapitular tudo e entender. “Currículo? Mas e o contrato?”, insisti. A moça franziu a testa, “você é a Sueli?” (Sueli era a diretora da TV onde eu trabalhava). “Sueli??? Não, eu sou a Joana”. Meu Deus!!! Arregalei os olhos, agarrei a moça pela mão e voltei quase correndo, puxando a coitada para dentro da TV. Quando entrei de volta esbaforida na recepção a secretária já estava de pé com certeza me esperando. Me disse apontando para o sofá “Joana tá aí a moça. É ela.” Outra moça me olhava do sofá. E a secretária prosseguiu, “eu fui beber água e a moça do seu compromisso foi fazer xixi, você passou aqui apressada e foi levando ela coitada” (apontou para  a equivocada), “saiu levando a moça errada”. A equivocada apenas sorria sem graça. “Desculpe!!!”, foi só o que pude dizer. Nossa, ela ficou quinze minutos na fila do banco comigo e eu no celular, eu pensava… a secretária que não conseguia parar de rir continuou, “ela veio para uma reunião com a Dra. Sueli”. Eu sem graça, ahh. E continuou, “preciso levá-la para  reunião, que já está atrasada pra começar, vamos?”. A errada me disse tchau e foi. Falei desculpa tchau. Em seguida olhei para a moça certa sentada no sofá, ela estava rindo também. “Vamos ao banco?”, convidei.

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